sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

MITO E SOCIEDADE

A mitologia grega era assunto principal nas aprendizagens das crianças da Grécia Antiga, como meio de orientá-las no entendimento de fenômenos naturais e em outros acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos humanos.[15] Os gregos antigos não contavam com meios modernos de calcular o tempo, de modo que seus poetas usavam a imaginação para atribuir a causa dos fenômenos a seu redor,[16] e foi justamente quando inventaram o calendário e começaram a entender estados térmicos e o sol e a chuva que os mitos declinaram.[16] Os poetas atribuíam esses estados térmicos, como também as relações e as características humanas, aos deuses e a outras histórias lendárias, e elas serviram durante um bom tempo como cultos ritualísticos na sociedade da Grécia antiga.[15] Além das crianças serem educadas através dos mitos, as famílias aristocráticas da Grécia, assim como os reis, e outras categorias profissionais, como os médicos, possuíam a tradição de se ligarem genealogicamente a antepassados míticos, geralmente divinos, ou até mesmo heróicos.[15] Os comerciantes, também, cultuavam deuses, como Hermes, numa tentativa de deixá-lo satisfeito, e assim conseguir bons resultados em suas vendas.[17] Além de serem habituados aos sacrifícios de animais e às orações,[18] os gregos antigos adotavam um deus particular ou um grupo deles para sua cidade, e os cidadãos construíam templos e o(s) venerava(m).[18] Essas cidades não possuíam qualquer organização religiosa oficial, mas honravam os deuses em lugares determinados, como Apolo exclusivamente em Delfos.[18]

Para o povo grego, a sabedoria plena e completa pertencia aos deuses, mas os homens poderiam desejá-la e amá-la, tornando-se filósofos (philo= amizade, amor fraterno, respeito; sophia= sabedoria).[19]

TERMO E COMPREENSÃO

Num contexto acadêmico, a palavra "mito" significa basicamente qualquer narrativa sacra e tradicional, seja verdadeira ou falsa.[10][11] O sufixo "-logia", derivado do radical grego "logo",[12][13] representa um campo de estudo sobre um assunto em particular.[13] Com a junção de ambos os termos, "mitologia grega" seria, basicamente, o estudo dos mitos gregos, ou seja, os que fazem parte da cultura da Grécia.[1]

Embora seja essa a convenção, os mitos gregos possuem uma abrangência muito grande e complexa em seu significado. Costumam ser compreendidas como narrativas falsas ou fantasiosas,[5] mas também arquétipos presentes no inconsciente coletivo, como prefere Carl Gustav Jung,[5] embora também sejam vistos como histórias que servem como guia de comportamento, para Malinowski,[5] ou, finalmente, narrativas sagradas, onde existe o culto dos seres;[5] todavia existe também a interpretação, segundo Lévi-Strauss, de ser narrativas voltadas à linguagem, à expressão, ou mesmo à conceitos e categorias.[5]

Para mais informações, dirija-se até as sub-seções: Concepções greco-romanas e Interpretações modernas. É importante ressaltar que, nesse artigo, as palavras "mitologia" e "mito" são usadas para as narrativas tradicionais e sagradas das culturas clássicas, sem qualquer implicação de que esta ou aquela seja verdadeira ou falsa.
Mitologia grega é o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os países ou povos — consideradas, com o advindo do Cristianismo, como meras ficções alegóricas.[1] Para muitos estudiosos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas práticas ritualísticas.[2] O mito grego explica as origens do mundo e os pormenores das vidas e aventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e outras criaturas mitológicas.

Ao longo dos tempos, esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção de narrativas que constituem a literatura grega e também na representação de outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a pintura vermelha em cerâmica grega.[3][4] Inicialmente divulgados em tradição oral-poética,[5] hoje esses mitos são tratados apenas como parte da literatura grega.[6] Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada e Odisséia (ambos atribuídos a Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Tróia, destacando a influência de deuses e de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, ambos produzidos por Hesíodo.[7] Os mitos também estão preservados nos Hinos homéricos, em fragmentos de poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do século V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do Período Helenístico e em outros documentos de poetas do Império Romano, como Plutarco e Pausanias.[7] A principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométricos em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo troiano e das aventuras de Hércules.[7] Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências literárias.[7]

A mitologia grega tem atribuído uma significante influência na cultura, nas artes e na literatura da civilização ocidental e ainda continua a fazer parte da herança e da linguagem do Ocidente.[8] Poetas e artistas — como também intelectuais, estudiosos e outros envolvidos com humanas — das épocas mais remotas até as mais presentes têm se adquirido das inspirações que a mitologia da Grécia antiga possuíam como método de descoberta das inúmeras relevâncias e significados que os temas mitológicos clássicos possuem com o seu contemporâneo.[9]
A mitologia grega é conjunto de crenças e práticas ritualísticas dos antigos gregos, cuja civilização formou-se por volta do ano 2000 a.C. É composta basicamente de um conjunto de histórias e lendas sobre uma grande variedade de deuses. A mitologia grega desenvolveu-se plenamente por volta do ano 700 a.C. Nessa data já existiam três coleções clássicas de mitos: a Teogonia, do poeta Hesíodo, e a Ilíada e a Odisséia, do poeta Homero.

A mitologia grega possui várias características específicas. Os deuses gregos assemelham-se exteriormente aos seres humanos e apresentam, ainda, sentimentos humanos. A diferença em relação a outras religiões antigas, como o hinduísmo ou o judaísmo, consiste em não incluir revelações ou ensinamentos espirituais. Práticas e crenças também variam amplamente, sem uma estrutura formal, como uma instituição religiosa de governo, nem um código escrito, como um livro sagrado.

Os gregos acreditavam que os deuses tinham escolhido o monte Olimpo, em uma região da Grécia chamada Tessália, como sua residência. No Olimpo, os deuses formavam uma sociedade organizada no que diz respeito a autoridade e poder, movimentavam-se com total liberdade e formavam três grupos que controlavam o universo conhecido: o céu ou firmamento, o mar e a terra. Os doze deuses principais, conhecidos como Olímpicos, eram Zeus, Hera, Hefesto, Atena, Apolo, Ártemis, Ares, Afrodite, Héstia, Hermes, Deméter e Posêidon.

A mitologia grega enfatizava o contraste entre as fraquezas dos seres humanos e as grandes e aterradoras forças da natureza. O povo grego reconhecia que suas vidas dependiam completamente da vontade dos deuses. Em geral, as relações entre os humanos e os deuses eram amigáveis. Porém, os deuses aplicavam severos castigos aos mortais que revelassem conduta inaceitável, como orgulho complacente, ambição extrema ou prosperidade excessiva.